O programa organizou duas expedições científicas ao rio. No decorrer dessas missões os colaboradores coletaram dados biológicos (fezes, enxertos de pele, sangue etc) de Tatus-Bola com o propósito de analisar o nível de conservação e a saúde da população da espécie. Flavia Miranda, coordenadora do programa conta que “nós fazemos esse trabalho porque lá (Cânion do Rio Poti) é o ponto mais ao norte que tem da espécie, além de ser uma área de Caatinga preservada extremamente importante”.
Durante as viagens, escolas e comunidades da região receberam atividades educativas sobre o status de conservação do mamífero. Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, a situação do Tatu-Bola é vulnerável. Expectativas mais pessimistas afirma que o Tolypeutes tricinctus pode desaparecer em até 50 anos.
Um documentário audiovisual sobre a primeira expedição também foi produzido. Na obra, o público descobre como foram realizadas as ações de captura do animal e quais os propósitos do programa.
Após as expedições uma proposta de criação de Unidade de Conservação federal foi elaborada pela Associação Caatinga. A ideia é estabelecer territórios protegidos em áreas de ocorrência do Tatu-Bola-da-Caatinga. A proposta foi apresentada ao ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e aos órgãos ambientais do Piauí e Ceará.
Além disso, os dados coletados e o material produzido durante o programa contribuíram com a criação do Parque Estadual do Cânion do Rio Poti. Desenvolvido em outubro de 2017 pelo Governo do Estado do Piauí, a unidade possui quase 25 hectares de extensão e guarda área com fauna e flora de Caatinga e artes rupestres milenares.
Apesar do foco principal no Tatu-Bola, a proposição e criação dessas unidades vão beneficiar toda a biodiversidade do local. Samuel Portela, coordenador técnico da Associação Caatinga esclarece que as reservas ambientais “vão contribuir com a conservação não só do Tatu-Bola, mas também das outras espécies que vivem no mesmo ambiente já que é uma área bastante rica de fauna e de flora”.
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